terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." (Antoine de Saint-Exupéry)

Olá pessoal!

Li esse texto a partir de um curso on-line que estou fazendo através do Instituto Criança Segura Brasil.
Gostaria de compartilhá-lo com todos pois é um direito dos nossos pequenos e um dever de nós adultos zelarmos pela segurança e bem estar das crianças.
Espero que com esse breve texto, muito mais do que reticências, ele possa gerar em você ações concretas!
Eu já comecei as minhas por aqui...

Beijocas,
Gy
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Educando para o Trânsito


O trânsito é um reflexo da nossa sociedade. Vivemos hoje um modelo de mobilidade insustentável, focado no uso irracional dos veículos que concretiza o quadro epidêmico, dramático e violento dos mortos e feridos no trânsito brasileiro. Somente em 2005, mais de 37 mil pessoas morreram neste contexto (Ministério da Saúde, 2005), gerando um custo econômico de 22 bilhões de reais nas rodovias (IPEA/DENATRAN, 2007), e 5 bilhões nas cidades (IPEA, 2003), isso sem contarmos os custos emocionais, além dos casos de incapacidade permanente ou temporária. Crianças e adolescentes até 14 anos são vítimas dessas tragédias. 

É preciso priorizar o direito à mobilidade sustentável, com a paz e a cidadania no trânsito, de forma ética, democrática e transparente. Esta é uma tarefa social complexa, que não depende somente das políticas públicas e do governo, mas de todos os agentes sociais. Os acidentes no trânsito demandam medidas multifacetadas de prevenção: ações de engenharia e fiscalização que visem um tráfego mais humanizado, programas de educação para o trânsito e mobilidade sustentável, e programas pautados na promoção dos valores humanos e da cidadania. Nesse contexto, a escola é vista como o grande espaço de formação cultural, construção de cidadania e de promoção da saúde e da qualidade de vida. Mas lembremos que a educação de crianças e adolescentes não acontece somente na escola. Educação é um processo mais amplo, estendido à ação direta de pais, familiares e cuidadores, à mobilização comunitária e à atuação de cada membro social como mediador da construção do conhecimento e como multiplicador das transformações da vida contemporânea.

A promoção da saúde se faz por meio da educação, da adoção de estilos de vida saudáveis, do desenvolvimento de aptidões e capacidades individuais, da produção de um ambiente saudável. Está estreitamente vinculada, portanto, à eficácia da sociedade em garantir a implantação de políticas públicas voltadas para a qualidade de vida e ao desenvolvimento da capacidade de analisar criticamente a realidade e promover a transformação positiva dos fatores determinantes da condição de saúde
(PCN Saúde – Parte 1 – Secretaria da Educação Fundamental/MEC –
http://mecsrv04.mec.gov.br/sef/estrut2/pcn/pdf/livro092.pdf, p.8).

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O problema do trânsito como espaço de convivência social é tão urgente que exige a mobilização e o envolvimento de todos em nossa comunidade. Especialmente nós, agentes multiplicadores da prevenção de acidentes de trânsito, precisamos tratar este tema de forma integral, indo além do ensino de regras e sinais de trânsito. Bons hábitos e comportamento cidadão não se difundem por imposição ou treino. 

Um programa de educação para o trânsito, seja ele realizado dentro ou fora do espaço escolar, deve sempre prever e incluir o reconhecimento da realidade local e de práticas motivadoras, contextualizadas e construtivas, atividades que potencializem um processo de aprendizagem duradoura e não uma mera repetição de padrões. A educação através do diagnóstico, do questionamento, da experiência, do jogo, da descoberta e do fazer coletivo resulta em aprender a conhecer, a viver junto e a fazer diferente e melhor a cada dia. 

A qualidade do trânsito depende, portanto, da relação entre as pessoas e não somente de mecanismos de controle por legislação ou fiscalização. Ações educativas que promovam a formação de atitudes podem contribuir para um trânsito mais humano, melhorando a qualidade de vida. Entretanto, a visão fragmentada de homem e de mundo tem influenciado a ação dos educadores de trânsito brasileiros ou estrangeiros, que formulam seus objetivos sem ouvir a criança e o adolescente, sem compreender sua vivência e sua percepção sobre a realidade do trânsito.

Lembre que a EDUCAÇÃO pode transformar a dura realidade do trânsito em bem-estar coletivo e em qualidade de vida. Você é protagonista nesta mudança!


Referências:

IPEA (2003), em http://www.ipea.gov.br.

IPEA/DENATRAN (2007). Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras. Brasília, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) – disponível na biblioteca do curso.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) disponíveis emhttp://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf




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